É essa a hora em que o céu perde o azul e mar adentro vê-se apenas a massa espessa da treva.
Esta é a hora em que as ruas ficam vazias. As aves retornam aos abrigos, os sons se dispersam.
Esta
é a hora em que os nossos temores, dissimulados durante o dia, se
acumulam. Mas é também a hora em que nosso olhar, antes distraído pelo
colorido do dia, volta-se para dentro de nós mesmos e dos nossos ocultos
sentimentos.
É
a hora em que revemos nossa caminhada, repensamos os rumos, reavaliamos
a direção, e somos surpeendidos pela descoberta, até então insuspeita,
de que, apesar da noite aqui fora, resiste em nós uma luz imperturbável,
clara, serena, uma luz definida que noite alguma pode apagar, e não
apaga!
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